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Vestidos descosturados, bem-casados esgotados, motorista desaparecido... Especialistas contam como contornar o imprevisível
Antonia Petta, especial para o iG São Paulo
25/08/2010 15:51
Não importa quanto tempo você tenha empenhado planejando seu casamento, há sempre uma chance real de algo não sair como se esperava. Muitos destes erros, embora imprevisíveis, são contornáveis. Por isso, reunimos histórias de quatro casamentos que tiveram essa experiência – e pedimos a ajuda de quatro profissionais para mostrar como os problemas poderiam ter sido evitados.
A roubada das fotos
Luana havia feito a cobertura fotográfica completa do casamento, mas um assalto fez com que ela tivesse de se contentar com apenas parte das fotos
A analista de sistemas Luana Honório Ferreira, de 22 anos, fez uma cobertura completa de seu casamento. Contratou os serviços de uma empresa que a acompanhou no grande dia, com três fotógrafos e dois cinegrafistas. Eles a clicaram durante a maquiagem, em torno do bolo, com as daminhas. No final do expediente, no entanto, um dos profissionais foi abordado por assaltantes que levaram o carro e todo seu equipamento fotográfico – incluindo o cartão de memória com boa parte dos registros da união. “E algumas das fotos que foram levadas eram justo as que havíamos feito num outro dia, num lugar específico, posadas ao ar livre, no maior frio” lembra a noiva. A empresa propôs fazer novamente o ensaio, com toda a decoração, o aluguel do vestido e do local gratuitamente, mas ela gentilmente recusou. Afinal, quando foi avisada, já havia voltado da lua-de-mel há pouco mais de um mês.
Sissa Putz, da Elegant Solutions, reconhece: foi uma fatalidade. Mas, não à toa, a tradução do nome de sua empresa para o português é “soluções elegantes”. Alguns dos produtos que fornece para lojistas do setor serviriam muito bem para este e outros casais. Entre eles, as Wedding Cameras. Distribuídas no país com exclusividade por ela, são câmeras fotográficas descartáveis com flash e 27 poses cada uma, para serem entregues aos convidados durante um casamento. “Com elas, é possível registrar momentos íntimos entre amigos que jamais seriam captados com o cerimonial da fotografia profissional”, dá a dica. Mais: é uma opção do casal recolher as câmeras usadas ao final da festa ou deixá-las de lembrança para os que estavam presentes, fazendo do álbum do casamento uma memória espalhada por todos os amigos e familiares do casal.
O vestido não aguentou
Ariani Carneiro, coordenadora de produção, se casou pela primeira vez numa elegante cerimônia realizada no Jockey Clube de São Paulo. O vestido da noiva era um tomara-que-caia justo, que se abria mais embaixo, feito com todo o amor pela sua mãe, que é uma costureira de mão cheia. Lá pelas tantas, depois do bolo e de várias músicas na fervida pista de dança, o zíper do vestido estourou e a noiva ficou com ele abertinho, de cima a baixo, no meio da festa. “Ainda bem que estava perto do banheiro”, lembra Ariani, que foi levada até lá por sua mãe e um grupo de amigas, de modo que o incidente passasse quase despercebido. Para sua felicidade, encontrou no banheiro um desses kits de costura, que foi usado para fechar o vestido no ato. “Quando eu e meu marido chegamos ao hotel, ele teve que abrir o vestido com uma faca!”, conta.
Samuel Cirnansck, estilista top que assinou os vestidos de noiva das globais Juliana Paes e Giovanna Ewbank, conta o seu segredo: ele não usa zíper invisível. Nunca. “Ele foi feito para quebrar”, explica. Samuel prefere usar um zíper grosso com dentes grandes e de metal – “desses de jaquetão jeans, mesmo” - e faz um acabamento embutindo o aviamento com perfeição. Para quem quer se jogar na pista, vale considerar outra opção: vestidos longos que têm uma parte removível e se transformam em modelos curtos para a festa.
Cadê os bem-casados?
Os bem-casados da Conceição não resistiram aos amigos do noivo de Maira
O bem-casado é o mais tradicional dos doces de um casamento. Qual não foi a surpresa de Maira Toledo, vestida por um modelito Gloria Coelho, ao perceber que mal havia começado a comemoração de seu enlace e os docinhos já haviam desaparecido por completo. Dos 150 convidados reunidos em uma área reservada do Chakras, restaurante trendy de São Paulo, poucos foram os que experimentaram os docinhos. “Ficou aquela coisa chata; as senhoras mais de idade indo embora e a gente procurando os bem-casados pra dar a elas”, lembra. Estava tudo certinho: Conceição, dos famosos bem-casados que levam seu nome, havia calculado três doces por pessoa. Todos embalados em um papel crepon italiano e adornados por barbantes resinados que seguravam folhas secas. “Descobri mais tarde que os amigos bêbados do meu marido tinham colocado 20 no bolso do paletó cada um, logo no início do coquetel”, diverte-se.
Segundo Milene Monolescu, da assessoria de casamentos Enjoy Festas, o ideal é fazer um planejamento estratégico em torno do bem-casado. “Calcula-se de cinco a oito doces por pessoa, fora o bem-casado. Mas depende. O número pode baixar se houve um jantar antes, ou se foi servida uma sobremesa”, ensina. Um truque para não errar: fazer uma mesa com metade do número total de bem-casados, com reposições controladas por uma copeira, bem aos poucos.
Um susto com o carro
Como todas as noivas que se aprumam em um salão de beleza, se casam numa cerimônia dentro de uma igreja e recebem seus convidados em um buffet mais tarde, a coordenadora pedagógica Christina Barros Riego foi de um local ao outro com um carro. O que ela e seu noivo alugaram era um Jaguar - um luxo no formato de automóvel. Às cinco horas da manhã, os últimos convidados iam embora da festa e nada do motorista do casal aparecer para levá-los ao hotel. Muito chato. Mais preocupante ainda era o fato de que as malas do casal para a lua de mel, bem como suas respectivas carteiras, com dinheiro, documentos e cartões de crédito, haviam sido deixadas dentro do carro. Os manobristas disseram que o motorista havia saído para ir a uma farmácia. Mas 40 minutos se passaram e ele ainda não estava de volta. “Alguns dos amigos que sobraram na festa até deram uma voltinha pelo bairro em busca do carro. Afinal, quantos Jaguares haveriam na cidade naquela hora?”, se recorda Christina. Eis que ele retorna, acompanhado do dono da empresa de locação de carros, dizendo que teve um problema com o segredo do veículo na volta da farmácia. De um jeito ou de outro, o casal chegou ao hotel. Mas poderia ter chegado bem antes – e sem sustos.
Juliana Sampaio Lima, da Festivittá, está acostumada a lidar com esse e outros tipos de situação. Mesmo para alguém que organiza festas para mais de mil convidados, no entanto, coordenar o trajeto do carro que carrega o casal continua sendo tarefa de importância maior. “Muita gente contrata alguns dos serviços do casamento por fora. Esse é um deles, mas quando existe uma assessoria por trás do casamento, a responsabilidade é toda dela. Mesmo se a empresa que aluga os carros for terceirizada”, explica. Ela diz que há noivas que querem chegar na igreja em um veículo antigo, na festa no carro de alguém da família, e no hotel com uma máquina de última geração. E isso, sem ter que ligar para o celular do motorista ao sair de seu próprio casamento. Com uma assessoria, as preocupações passam a ser do organizador – e não da noiva.
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